
Imagina que você está tranquilo em casa ou no seu trabalho, e de repente rola um princípio de incêndio. Nessa hora, o que você quer é que o extintor funcione perfeitamente, né? Só que, muita gente deixa passar batido o fato de que extintor de incêndio também precisa de atenção, manutenção e, em alguns casos, recarga ou substituição. Mas como saber quando é a hora certa de agir?
Nesse conteúdo, vamos te mostrar de forma clara, prática e direta como identificar os sinais de que o extintor não está mais em condições de uso. É informação essencial tanto pra quem cuida da segurança de uma empresa quanto pra quem quer manter a casa protegida.
Qual a diferença entre recarregar e substituir um extintor?
Antes de sair tomando qualquer decisão, é importante entender que recarregar e substituir são duas coisas diferentes.
Recarregar o extintor
A recarga acontece quando o extintor ainda está em boas condições, mas o agente extintor acabou, venceu ou foi usado parcialmente. A estrutura externa está boa, mas o conteúdo precisa ser renovado.
Exemplos de quando recarregar:
- O ponteiro do manômetro está na área vermelha ou abaixo da ideal
- O extintor foi usado, mesmo que só um pouco
- Já se passou o período de validade da carga (geralmente 1 ano)
Substituir o extintor
Substituir já é mais sério. Isso acontece quando a estrutura do equipamento foi comprometida, ele está danificado, enferrujado, vencido pelo tempo ou fora de conformidade com as normas atuais. Nesse caso, não adianta recarregar. É preciso um novo.
O que olhar no extintor para saber se está tudo certo?
Muita gente nem sabe, mas o próprio extintor dá sinais claros de que precisa de atenção. Abaixo separamos os principais pontos que você deve verificar com frequência:
1. Validade da carga
Todo extintor tem uma etiqueta com data de validade da carga. Se já passou um ano da última recarga (em média), ele precisa ser recarregado. Isso vale mesmo que ele nunca tenha sido usado.
2. Pressão do manômetro
Os extintores de pó químico e de água pressurizada têm um manômetro, aquele relógio com um ponteiro. O ponteiro deve estar na faixa verde. Se estiver na amarela ou vermelha, o extintor está com pressão errada e não vai funcionar corretamente.
3. Condição externa do cilindro
Verifique se o cilindro está amassado, enferrujado ou com sinais de corrosão. Se tiver, já é sinal de substituição imediata. Extintor danificado é risco na certa.
4. Lacre de segurança
O lacre serve pra mostrar se o extintor foi usado ou não. Se o lacre estiver rompido, mesmo que o manômetro esteja normal, é preciso recarregar.
5. Selo do Inmetro
Esse selo mostra que o extintor está em conformidade com as normas brasileiras. Se estiver apagado, rasgado ou ausente, o equipamento pode estar irregular e deve ser trocado.
Quando a recarga não é suficiente?
Às vezes o pessoal acha que é só recarregar que tá tudo certo, mas não é bem assim. Existem casos em que o extintor perde a vida útil completamente. Veja quando isso acontece:
- Passaram mais de 5 anos desde a fabricação (para alguns modelos)
- Houve queda ou impacto forte no cilindro
- O extintor não tem mais selo do Inmetro visível
- Foi usado produto químico impróprio na recarga anterior
- O corpo apresenta desgaste estrutural
Esses casos pedem substituição completa, sem chance de reaproveitamento.
E se eu ignorar a manutenção do extintor?
Não dá pra brincar com segurança. Um extintor vencido ou mal conservado pode não funcionar quando você mais precisa. Isso pode gerar:
- Riscos à vida de quem está por perto
- Danos materiais sérios
- Multas e sanções legais (em empresas)
- Perda de cobertura do seguro
Além disso, em ambientes empresariais ou com grande circulação de pessoas, a vistoria dos bombeiros pode reprovar o local se os extintores estiverem fora do padrão.
Quais são os prazos recomendados de inspeção?
Existem algumas regras básicas pra você seguir e não esquecer. A manutenção deve ser feita conforme a norma ABNT NBR 12962. Veja só:
Inspeção mensal
Você mesmo pode fazer. Serve pra olhar:
- Manômetro
- Selo do Inmetro
- Condições do lacre e do cilindro
- Local de instalação (visível e acessível)
Recarga anual
Mesmo que não tenha sido usado, o extintor deve passar por recarga todo ano. Isso garante que o agente químico esteja eficaz.
Teste hidrostático
Esse teste é mais técnico e serve pra verificar se o cilindro ainda suporta pressão. Geralmente é feito a cada 5 anos, em oficinas autorizadas.
Como saber se um extintor ainda pode ser reaproveitado?
Nem todo extintor usado precisa ir pro lixo. Se ele estiver dentro da validade e com a estrutura em dia, pode ser recarregado várias vezes. Mas tudo depende de uma avaliação técnica em local certificado.
Critérios para reaproveitamento:
- Sem ferrugem nem amassados
- Com todos os selos visíveis
- Funcionamento do manômetro ok
- Sem vazamentos ou obstruções
A recomendação é levar a um local autorizado que tenha certificação do Inmetro, onde um técnico avalia tudo isso e emite um laudo se necessário.
Quais são os tipos mais comuns de extintores?
Saber qual o tipo do extintor também ajuda na hora de entender sua manutenção. Cada um tem um uso específico:
- Água pressurizada (extintor de água): mais usado em materiais sólidos como papel e madeira
- Pó químico (PQE): ideal pra líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos
- CO2 (gás carbônico): muito comum em ambientes com eletrônicos, como escritórios e laboratórios
- Espuma: combate líquidos inflamáveis e alguns sólidos
Cada tipo exige manutenção adequada. Por exemplo, extintores de CO2 não têm manômetro, então se usa um teste de pesagem para saber se ainda estão cheios.
Checklist rápido: quando recarregar ou trocar?
Aqui vai um resumo simples pra você bater o olho e entender:
Recarga:
- Lacre rompido
- Pressão fora da faixa verde
- Validade vencida
- Foi usado, mesmo que só um pouco
Substituição:
- Cilindro com ferrugem, furos ou amassados
- Sem selo do Inmetro
- Vencido há muitos anos
- Sem passar no teste hidrostático
- Produto químico irregular
Onde fazer a manutenção do extintor?
Procure oficinas especializadas credenciadas pelo Inmetro. Isso garante que:
- O agente extintor seja o correto
- O cilindro seja avaliado de forma profissional
- Os testes sejam feitos com equipamentos apropriados
- A etiqueta de manutenção seja renovada corretamente
Evite lugares sem certificação, pois isso pode causar mais prejuízo do que solução.
Conclusão
Cuidar de um extintor vai muito além de apenas ter ele ali na parede. Saber quando recarregar ou substituir o extintor de incêndio faz toda a diferença na segurança da sua casa, empresa ou qualquer outro ambiente. Ignorar os sinais que o equipamento dá pode custar caro — e não só financeiramente, mas em riscos à vida também.Por isso, fique de olho nas dicas que mostramos, faça inspeções com frequência, e não deixe pra depois aquilo que garante sua proteção hoje. Segurança é coisa séria, e extintor vencido não apaga incêndio.